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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O DIABETES / A DIABETES?

DIABETE ou DIABETES é substantivo comum, de dois gêneros e dois números. Pode ser o diabete, a diabete, o diabetes ou a diabetes. 

Entretanto, a tendência atual é pelo uso de "o diabetes".

sábado, 9 de novembro de 2013

MORTALIDADE OU MORTANDADE?

Milhares de peixes apareceram mortos no Lago Paranoá. Devo dizer que houve grande “mortalidade” ou grande “mortandade” de peixes?

Os dois termos são praticamente equivalentes, mas convém observar o seguinte:

Mortalidade: qualidade, estado ou condição do que é mortal, do que perece.
  • Os índices de mortalidade infantil têm diminuído consideravelmente.
Mortandade: número significativo, relevante, de mortes de pessoas ou de quaisquer seres vivos.
  • O uso indiscriminado de pesticidas agrícolas tem provocado a mortandade de insetos e pássaros polinizadores.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

ONDE

Na frase “Muitos ficaram encantados com o sucesso de Eike Baptista, onde tudo que ele tocava virava ouro...”, está certo o uso da palavra “onde”?

A palavra “onde” é, morfologicamente, advérbio de lugar ou pronome relativo.

·    Onde você deixou o guarda-chuvas?                  (advérbio)
·    Vamos aonde?                                                      (advérbio)
·    Estamos onde muitos gostariam de estar.         (advérbio)
·    A mesa onde está o cinzeiro.                               (pronome relativo)
·    O colégio onde estudei.                                          (pronome relativo)

Observe-se que onde, como advérbio ou pronome relativo, só pode ser usado em relação a lugar geográfico:

·    A casa onde ele mora.
·    Onde você gosta de brincar?

Nos demais casos, usa-se em que:

·    A tese em que ele defende essa ideia.
·    O livro em que nos baseamos.
·    A faixa em que ele canta.
·    Na entrevista em que se perguntou isso.

A frase da consulta deve ser reformulada para “Muitos ficaram encantados com o sucesso de Eike Baptista, pois (porque, já que, uma vez que, porquanto) tudo que ele tocava virava ouro...”,

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O PLURAL DAS SIGLAS

Não há uma norma que “determine” assim ou assado. O mais usual é usar-se um /s/ minúsculo, sem apóstrofo, no final das siglas escritas com todas as letras em maiúsculas e também com um /s/ nas siglas escritas apenas com a inicial maiúscula.

A grafia das siglas é padronizada da seguinte forma: siglas de até três letras são escritas com letras maiúsculas (ONU; DST; ONG; UTI; CPI, PUC; USP). Siglas de quatro letras ou mais são escritas com apenas as iniciais maiúsculas, quando podem ser lidas como palavras (Anvisa; Libras; Unicamp; Bovespa; Fuvesp) e com todas as letras em maiúsculas quando são pronunciadas letra a letra (IBGE; BNDES; UFSC; UFMG; UFRS). 

Algumas siglas, por conveniência institucional, seguem normas próprias, como UnB (Universidade de Brasília); CNPq (Conselho Nacional de Pesquisas); UFSCs (Universidade Federal de São Carlos).

Procon =è Procons =è Procuradorias de Proteção aos Consumidores;
ONG =è ONGs =è Organizações não governamentais;
APM =è APMs =è Associações de Pais e Mestres;
Ceasa =è Ceasas =è Centrais de Abastecimento.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

“Eu não entendo dessas coisas, mas vejo que o seu governo, bem como administrações estaduais e municipais, estão deslizando para um clima em que substitui-se o debate por eventos”.

Está correta a colocação pronominal no texto acima?

Não. 

Deve-se usar a próclise, pois o pronome relativo “que” é palavra subordinativa e obriga a que se desloque o pronome oblíquo átono para antes do verbo: “em que se substitui o debate por eventos”.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

TÚNEL - REDUNDÂNCIA

Ouvi, mais de uma vez, um apresentador de televisão dizer “túnel subterrâneo”. Está certo isso?

Não. Incorre-se no chamado pleonasmo vicioso ou redundância.

O Dicionário Houaiss registra o verbete assim:
TÚNEL – substantivo masculino
1   passagem subterrânea.
2   galeria subterrânea de seção ampla que se comunica com algum lugar ou liga duas seções de uma estrada, via férrea, rua etc.
Ex.: o t. sob o Canal da Mancha liga a França à Inglaterra.
3   Derivação: por extensão de sentido: qualquer coisa que lembre um túnel.
Ex.: o parasita abre túneis sob a pele do seu hospedeiro.
3.1 passagem coberta; latada, ramada
4   Derivação: sentido figurado: situação de opressão e desesperança que parece não ter fim.
Ex.: ver a luz no fim do túnel.

Já o Dicionário Aulete Eletrônico registra como:
Túnel - sm.
  1  Via ou passagem subterrânea, para pessoas ou veículos.
  2  Qualquer coisa que lembre um túnel: A bala abriu um túnel em seu crânio
  3  Situação muito adversa, difícil: Desesperado, não conseguia ver uma luz no fim do túnel.

Logo, dizer “túnel” já pressupõe “passagem subterrânea” e nos casos de uso de linguagem conotativa, o contexto é incumbido de esclarecer o significado pretendido.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

GOSTAR DE...

“Reza a boa educação que quando se convida alguém para uma festa na sua casa é preciso levar em conta a música que o convidado gosta, os quitutes que serão servidos e a forma de recebê-lo na porta”.

O fragmento, retirado de uma coluna jornalística, apresenta um equívoco na parte da regência verbal e outro, na pontuação.

Quanto à regência, trata-se do verbo (gostar). Já cantava Amália Rodrigues: “Não queiras gostar DE mim... DE quem eu gosto, nem às paredes confesso...”. Gostar de alguém... Gostar de alguma coisa.

A oração adverbial “quando se convida alguém para uma festa na sua casa” é de razoável extensão e está interferindo na ligação direta entre o verbo da oração principal (Reza) e seu complemento (é preciso...). Nesse caso, a oração adverbial interferente deve ser isolada por vírgulas: “, quando se convida alguém para uma festa na sua casa,”.

Há, ainda, um pequeno problema de ambiguidade na expressão “... se convida alguém para uma festa na sua casa,,, ”, em que não se sabe bem se a casa é do convidado ou de quem convida. Com um pouco de boa vontade, decidimos que a casa pertence a quem convida, já que não posso (ou não é usual) convidar alguém para uma festa em sua própria casa.