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sexta-feira, 17 de maio de 2013

A PALAVRA QUÊ

Quando a palavra “quê” deve levar o acento gráfico?
A partícula “que” exerce diferentes funções morfológicas (substantivo, pronome, preposição, conjunção, advérbio, interjeição) na língua e seu emprego e grafia dependem da função que estiver exercendo em um contexto linguístico qualquer.
A grafia será com acento circunflexo nos seguintes casos:
a.   Quando estiver depois de artigo indefinido (um – uns):
·    Aquela mulher tem um quê de misterioso.
b.   Quando for interjeição, traduzindo surpresa diante de um fato.
·    Quê!? O maior craque em atividade não foi convocado?
c.   Quando estiver no final das frases exclamativas ou interrogativas.
·    Você está assustado por quê?
·    Arrepende-se tanto e não sei de quê!
No final da frase, a entonação frasal ascendente faz com que seja pronunciada de maneira forte, como em “Você vive de quê?” ou “Sabes por quê?”

quarta-feira, 15 de maio de 2013

CORRELAÇÃO NO USO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS

A frase “SE FOR APROVADA NA CÂMARA, TEM QUE SER APROVADA NO SENADO” está correta?
O período apresenta dois problemas. O primeiro deles refere-se à correlação do uso dos tempos e modos verbais. A primeira oração “se for aprovada na Câmara” expressa um fato que possivelmente ocorrerá no futuro. Caso ocorra realmente, desencadeará a ocorrência de outro fato, que é a necessidade de aprovação, também, pelo Senado “terá que ser aprovada no Senado”. Aqui está o segundo problema: as expressões “tem que” e “tem de”, em bom Português, são significativamente diferentes. “Tenho que estudar” indica que provavelmente estudarei; “Tenho de estudar” revela que obrigatoriamente estudarei.
Portanto, a meu juízo, o período deve ser escrito assim “SE FOR APROVADA NA CÂMARA, TERÁ DE SER APROVADA NO SENADO”.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

ADJETIVO - REGÊNCIA

Encontrei este texto e o achei estranho "Previsão de anulação das redações que apresentem parte do texto deliberada desconectadas com o tema proposto".
Está incorreto?
Realmente, o período apresenta alguns problemas de construção (concordância, propriedade vocabular e regência).
a)     Supondo que uma mesma redação possa ser sancionada mais de uma vez, por estar desconectada com o tema proposto (tanto que está presente o plural em “desconectadas”), seria mais prudente usar-se também o plural em “partes”;
b)     O uso do adjetivo “deliberada”, com a função adverbial de modo, não se justifica. Há que usar-se o advérbio “deliberadamente”;
c)     Desconectadas – rege “de” e não “com”.
Dessa forma, o correto é que seja escrito assim: "Previsão de anulação das redações que apresentem partes do texto deliberadamente desconectadas do tema proposto".

terça-feira, 7 de maio de 2013

SECRETÁRIO-GERAL ou SECRETÁRIO GERAL?

O Acordo Ortográfico, em sua Base XV, diz o seguinte:
1º) Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, rainha-cláudia, tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto; alcaide-mor, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-asiático, afro-luso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, prima-infeção, segunda-feira; conta-gotas, finca-pé, guarda-chuva.
Secretário-geral é uma palavra composta por substantivo mais adjetivo (natureza nominal), ou seja, duas palavras variáveis que se juntam para formar uma nova unidade significativa. Milita no mesmo campo de advogado-geral, redator-chefe, segundo-tenente, primeiro-ministro, couve-flor, abelha-mestra, homem-rã etc.
 
O correto é com hífen.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

MIGRAR / IMIGRAR / EMIGRAR

 As diferenças entre migrar / imigrar / emigrar.

Emigrar significa sair do país (de um país para outro): "No Brasil, a
cidade de Governador Valadares – MG tem o maior índice de emigração para os Estados Unidos".

Imigrar quer dizer entrar no país: "A imigração ilegal de haitianos
transformou-se em um grande problema para o Acre”.

Migrar é mudar de uma região para outra, internamente: "Os nordestinos  não mais migram para o Sul e para o Sudeste com a mesma intensidade de antes".

O termo “migrar” tem sido usado na tecnologia da informação, para
representar a adoção de um novo sistema ou plataforma: “O site ficará fora de funcionamento para que se possa migrar programas e arquivos para um novo sistema operacional”.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

REGÊNCIA VERBAL - VERBO AGRADAR

Alguns verbos geram dúvidas quanto à regência. A mudança de regência desses verbos implica mudança de sentidos nas frases em que são empregados.
Agradar: transitivo direto ou indireto
Objeto direto: fazer carinhos, acariciar.
Exemplo:
a)  Mesmo depois de longos anos juntos, ele agrada (acaricia) a companheira em toda oportunidade.
b)  Ela não gosta de ser agradada (ser acariciada) em público.
Objeto indireto: ser agradável, causar satisfação.
Exemplo:
a)  Esse discurso ultrapassado não mais agrada (não satisfaz) aos eleitores.
b)  A decisão da chefia agradou (satisfez) aos funcionários.
Observe que, nesse segundo sentido, não é possível usar-se a voz passiva:
Seria agramatical escrever-se:
(*) “Aos eleitores não mais são agradados por esse discurso ultrapassado”, ou
(*) “Aos funcionários não foram agradados pela decisão da chefia”.

terça-feira, 30 de abril de 2013

REGÊNCIA NOMINAL


Esta frase não me parece correta. Há algum erro nela? “Revelada a suspeita que Paulo Maluf continua lavando dinheiro”.

Na verdade são dois os equívocos linguísticos na frase.

a)  Os nomes gramaticais (substantivo – adjetivo – advérbio), quando vêm acompanhados de complemento (complemento nominal), exigem que tal complemento esteja regido de preposição. Poderíamos dizer, para facilitar a compreensão, que “quem suspeita, suspeita DE alguma coisa”. Assim, depois do substantivo “suspeita” deve haver a preposição “de”. Esse é um problema de regência nominal.

b)  A suspeita dos bancos suíços não representa, necessariamente, uma verdade, mas apenas a possibilidade de que o fato narrado esteja ocorrendo. Nesse caso, o verbo “continuar”, na segunda oração, deve ser usado no presente do subjuntivo, “continue”, adequado, gramaticalmente, ao contexto. Esse é um problema de adequação do uso dos tempos e modos verbais.