Pesquisar este blog

terça-feira, 30 de abril de 2013

NÃO INCLUSA ou NÃO-INCLUSA?

Qual a forma correta: "Cópia não-inclusa" ou "Cópia não inclusa"?

Até pouco tempo, o não, quando usado como prefixo negativo, podia, circunstancialmente, grafar-se com hífen que o ligava a um adjetivo ou substantivo.

O Acordo Ortográfico aboliu tal uso.

Em decorrência, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), em sua primeira edição, após o Acordo Ortográfico, ao exemplificar diversos vocábulos precedidos de não, registra-os sem hífen: não agressão, não cooperação, não cumprimento, não esperado, não execução, não ficção, não fumante, não governamental, não ligado, não pagamento, não proliferação, não sei quê, não violência.

Assim, a forma correta da frase citada é "Cópia não inclusa"

sábado, 20 de abril de 2013

VERBO SER NAS DATAS

Quando perguntam as datas, qual é a resposta correta? Hoje é 21 de abril / Hoje são 21 de abril?
Nas datas e horas, o verbo ser concorda com o numeral. 1 = singular; maior que 1 = plural.
Que dia é hoje? Hoje são 21 de abril. Hoje é 1º de maio. Agora são 22h52m.

REGÊNCIA NOMINAL - SUSPEITA

Esta frase não me parece correta. Há algum erro nela? “Revelada a suspeita que Paulo Maluf continua lavando dinheiro”.
Na verdade são dois os equívocos linguísticos na frase.
 
a)  Os nomes gramaticais (substantivo – adjetivo – advérbio), quando vêm acompanhados de complemento (complemento nominal), exigem que tal complemento esteja regido de preposição. Poderíamos dizer, para facilitar a compreensão, que “quem revela a suspeita, revela a suspeita DE alguma coisa”. Assim, depois do substantivo “suspeita” deve haver a preposição “de”. Esse é um problema de regência nominal.

b)  A suspeita dos bancos suíços não representa, necessariamente, uma verdade, mas apenas a possibilidade de que o fato narrado esteja ocorrendo. Nesse caso, o verbo “continuar”, na segunda oração, deve ser usado no presente do subjuntivo, “continue”, adequado, gramaticalmente, ao contexto. Esse é um problema de adequação do uso dos tempos e modos verbais.

“Revelada a suspeita DE que Paulo Maluf continuE lavando dinheiro”.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

É DADA - SEJA DADA

Tenho dúvidas sobre o emprego do verbo ser no presente do indicativo na frase “Não é verdade que a última palavra sobre juros é dada pelo Banco Central, como vem sendo dito reiteradas vezes por algumas autoridades”, que li no jornal O Estado de São Paulo. Não se deveria usar o presente do subjuntivo?

É verdade. O subjuntivo é empregado sempre que se quer expressar uma suposição, um fato não comprovado taxativamente, uma dúvida. Pelo contexto percebe-se que alguém fez uma afirmação sobre quem decide a taxa de juros e tal afirmação é contestada. O correto, então, é dizer: “Não é verdade que a última palavra sobre juros seja dada pelo Banco Central, como vem sendo dito reiteradas vezes por algumas autoridades”.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

RUBRICA

Como se pronuncia e, principalmente, como se escreve "rubrica / brica"?
Como a maioria das palavras de nossa língua – cerca de 75% delas –, essa é uma "paroxítona": apresenta o acento tônico (pronúncia mais forte) na penúltima sílaba.
Escreve-se sem acento gráfico e a pronúncia é rubrica.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

INTERVIU / INTERVEIO

Eu curti, ele curtiu; eu possuí, ele possuiu; eu carpi, ele carpiu; eu intervi… ele interviu? Esse é um erro comum cometido até por pessoas acostumadas com o trabalho textual. Ocorre que o pretérito perfeito (passado) de “intervir”, na terceira pessoa do singular (ele), é “interveio”. Por quê? Porque o verbo “intervir” é derivado do verbo irregular “vir” e o segue no modelo de conjugação.
O passado de “vir”, na terceira do singular, é “ele veio”, que não se confunde com “ele viu”, passado de “ver”, outro verbo irregular.
Os verbos derivados de “vir” e de “ver” se conjugam exatamente como eles. Assim: “provir” e “intervir” vêm de “vir”, portanto “eu vim ...eu provim... ele proveio” e “eu vim ... eu intervim ... ele interveio”; “prever” e “antever” vêm de “ver”, portanto “eu vi ... eu previ...ele previu” e “eu vi ... eu antevi ... ele anteviu”.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

DEIXAR / MANDAR / FAZER + INFINITIVO


Como empregar corretamente a concordância verbal do infinitivo na frase: “As falsas promessas dos candidatos fazem os eleitores votar(rem) em quem não merece confiança”?
A Gramática Normativa define o seguinte: nos períodos compostos, se houver verbo no infinitivo, com sujeito diferente do sujeito do verbo da outra oração, o infinitivo será flexionado.

  • (Eu) Creio (nós) termos sido enganados.
  • (Os professores) lutam para (nós) aprendermos.

Por outro lado, se o sujeito do verbo no infinitivo for o mesmo da oração anterior, o infinitivo não se flexionará.

  • (Nós) Viajamos juntos para (nós) discutir o assunto em profundidade.
  • (Eu) Espero há muito tempo (eu) ganhar na loteria.
No período da consulta, entretanto, temos um dos chamados “verbos causativos”, assim denominados por obrigar seu objeto a fazer ou tornar-se alguma coisa. Normalmente são causativos os verbos deixar, mandar, fazer e seus derivados.
Quando a oração principal constitui-se com um desses verbos causativos, o infinitivo não se flexiona, embora tenha sujeito próprio.

  • A mestra mandou os alunos estudar.
  • O pai desnaturado deixava as crianças passar fome.
  • O feitor fazia os escravos trabalhar duro.