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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

SI - CONSIGO



"Falando com si mesmo". Isso existe?

O problema colocado consiste no uso do pronome “si”, que entra no rol dos chamados de pronomes oblíquos tônicos.

Tais pronomes (mim, ti, si, nós, vós, ele, ela, eles, elas) somente podem ser usados antecedidos de preposição (por, para, perante, a, ante, até, de, desde, em, entre, com, contra, sem, sob, sobre). Quando a preposição usada for “com”, a junção dela com “mim”, “ti” e “si” resulta nas formas comigo, contigo e consigo.

Portanto a forma correta é “Falando consigo mesmo”.

Reparem que esse pronome refere-se ao sujeito do verbo. Por isso, é incorreto usar-se consigo de forma não reflexiva – muito embora, aliás, costumem assim proceder os portugueses –, de modo a não se referir ao sujeito da oração, como em "Este bilhete é para si" ou "Queremos falar consigo".

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

MELHOR ou MAIS BEM?


Ouço constantemente alguém dizer frases como "Políticos melhor qualificados...". O emprego do comparativo “melhor” está correto?

Não!!!

Essa não é a forma correta de se usar o comparativo de superioridade do advérbio bem. A presença do particípio — “qualificados” — obriga a que usemos as formas analíticas mais bem, menos bem, mais mal e menos mal nesse tipo de comparação.
  • O Galo é o time mais bem preparado do campeonato. 
  •  Nunca vi prova mais mal feita que esta! 
  • Ela é mais bem empregada que a irmã. 
  • Esse plano foi mais mal realizado que os demais. 
  •  Queremos que a renda nacional seja mais bem distribuída.
Quando não está presente o particípio, usa-se, então, melhor/pior: 
  •  Este professor é melhor que o outro.
  • Este é o pior congresso que já tivemos. 
  •  Suas notas são piores que as de seu irmão.
  • Naquela posição, ele joga melhor que o primo. 
  • A frase gramaticalmente correta é, pois: "Políticos mais bem qualificados..."

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

REGÊNCIA DE OBEDECER / IMPLICAR

Há algum problema de regência verbal no período "Você não obedeceu o regulamento e isso implicará na sua suspensão"?
 

A regência é um dos temas mais áridos dos estudos gramaticais e demanda grande atenção por parte de quem quer, realmente, usar a língua com propriedade. Na presente consulta, por exemplo, ocorrem dois erros de regência verbal.

O verbo obedecer é transitivo indireto, e seu complemento deve ser antecedido da preposição /a/. (obedeceu ao...).

O verbo implicar – com o sentido de acarretar, produzir – é transitivo direto e seu complemento, portanto, não deve ser precedido de preposição /em/. (implicará sua...)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

VERBO "AGRADECER"

 
Qual das duas formas devo usar?

"Venho agradecer vocês pela ajuda!”

“Venho agradecê-los pela ajuda!”

Nenhuma delas, pois ambas estão erradas.

O problema é que o verbo "agradecer" – transitivo direto e indireto – admite como objeto direto apenas a "coisa" e como objeto indireto, com a preposição "a", a "pessoa". Nunca admite a inversão.

Claro está, então, que, ao usar o verbo "agradecer", obrigatoriamente haverá a preposição "a" diante da pessoa, e não poderá existir preposição alguma diante da coisa.

A frase apresentada deverá ser corrigida, então, assim:

Gostaria de agradecer a vocês tudo o que fizeram por mim!

Ou

Gostaria de agradecer-lhes tudo o que fizeram por mim!



 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

REGÊNCIA DO VERBO GOSTAR

A frase “Escolha os assuntos que você gosta” está correta?

Não. O verbo “gostar” é transitivo indireto e exige complemento regido pela preposição “de”. Na frase em questão, o complemento verbal é o pronome relativo “que”. Assim, o correto é:

Escolha os assuntos de que você gosta.
Os assuntos dos quais você gosta.
Os pratos de que mais gosto levam pimenta.
As bibliotecas públicas não têm os livros de que os adolescentes gostam.
Não gosto de açúcar.
Epaminondas gostava de dançar forró.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

DESCRIMINAR / DISCRIMINAR

A frase "Projeto na Câmara quer discriminar a posse e o cultivo de maconha" está correta?

Não. Deve-se usar o verbo "descriminar", que tem o sentido de "isentar de culpa, absolver, tornar evidente a ausência de crime ou contravenção". O mesmo que "descriminalizar".

"A defesa não conseguiu descriminar o réu".
 
Veja que discriminar significa "perceber diferenças, distinguir, discernir", como em "O acusado não consegue discriminar o certo do errado".
 
 
 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

SALÁRIO-MÍNIMO ou SALÁRIO MÍNIMO

A palavra “salário-mínimo” é escrita com ou sem o hífen?

Com o hífen. O “Acordo Ortográfico” recomenda, textualmente:

“Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, rainha-cláudia, tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto; alcaide-mor, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-asiático, afro-luso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, primo-infeção, segunda-feira; conta-gotas, finca-pé, guarda-chuva.”