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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

REGÊNCIA DE OBEDECER / IMPLICAR

Há algum problema de regência verbal no período "Você não obedeceu o regulamento e isso implicará na sua suspensão"?
 

A regência é um dos temas mais áridos dos estudos gramaticais e demanda grande atenção por parte de quem quer, realmente, usar a língua com propriedade. Na presente consulta, por exemplo, ocorrem dois erros de regência verbal.

O verbo obedecer é transitivo indireto, e seu complemento deve ser antecedido da preposição /a/. (obedeceu ao...).

O verbo implicar – com o sentido de acarretar, produzir – é transitivo direto e seu complemento, portanto, não deve ser precedido de preposição /em/. (implicará sua...)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

VERBO "AGRADECER"

 
Qual das duas formas devo usar?

"Venho agradecer vocês pela ajuda!”

“Venho agradecê-los pela ajuda!”

Nenhuma delas, pois ambas estão erradas.

O problema é que o verbo "agradecer" – transitivo direto e indireto – admite como objeto direto apenas a "coisa" e como objeto indireto, com a preposição "a", a "pessoa". Nunca admite a inversão.

Claro está, então, que, ao usar o verbo "agradecer", obrigatoriamente haverá a preposição "a" diante da pessoa, e não poderá existir preposição alguma diante da coisa.

A frase apresentada deverá ser corrigida, então, assim:

Gostaria de agradecer a vocês tudo o que fizeram por mim!

Ou

Gostaria de agradecer-lhes tudo o que fizeram por mim!



 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

REGÊNCIA DO VERBO GOSTAR

A frase “Escolha os assuntos que você gosta” está correta?

Não. O verbo “gostar” é transitivo indireto e exige complemento regido pela preposição “de”. Na frase em questão, o complemento verbal é o pronome relativo “que”. Assim, o correto é:

Escolha os assuntos de que você gosta.
Os assuntos dos quais você gosta.
Os pratos de que mais gosto levam pimenta.
As bibliotecas públicas não têm os livros de que os adolescentes gostam.
Não gosto de açúcar.
Epaminondas gostava de dançar forró.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

DESCRIMINAR / DISCRIMINAR

A frase "Projeto na Câmara quer discriminar a posse e o cultivo de maconha" está correta?

Não. Deve-se usar o verbo "descriminar", que tem o sentido de "isentar de culpa, absolver, tornar evidente a ausência de crime ou contravenção". O mesmo que "descriminalizar".

"A defesa não conseguiu descriminar o réu".
 
Veja que discriminar significa "perceber diferenças, distinguir, discernir", como em "O acusado não consegue discriminar o certo do errado".
 
 
 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

SALÁRIO-MÍNIMO ou SALÁRIO MÍNIMO

A palavra “salário-mínimo” é escrita com ou sem o hífen?

Com o hífen. O “Acordo Ortográfico” recomenda, textualmente:

“Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, rainha-cláudia, tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto; alcaide-mor, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-asiático, afro-luso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, primo-infeção, segunda-feira; conta-gotas, finca-pé, guarda-chuva.”

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

ADERIU / ADERIRAM

Como faço a concordância verbal com o sujeito “O número de contribuintes que (aderir) ao programa nota legal.”?

Você pode fazer a concordância gramatical (preferencial), em que o verbo concorda com o núcleo do sujeito (número):

  • O número de contribuintes que aderiu ao programa nota legal.

Ou fazer, opcionalmente, a concordância atrativa (ideológica), em que o verbo concorda com o complemento (de contribuintes):

  • O número de contribuintes que aderiram ao programa nota legal.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

CONCLUSÃO QUE / CONCLUSÃO DE QUE?

Como devo escrever a frase “Cheguei à conclusão de que não havia importância...” ou “Cheguei à conclusão que não havia importância...”?
 

A 2ª oração, “que não havia importância...” completa o sentido do substantivo “conclusão”, no final da oração anterior. Tal relação completiva é materializada por meio da preposição. Diríamos: “Quem chega à conclusão, chega à conclusão DE alguma coisa”.

A frase correta, do ponto de vista gramatical, é, portanto, “Cheguei à conclusão de que não havia importância...”.