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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

HAVIA - HAVIAM


— Ouvi Esta frase, proferida por um advogado no STF: “Ainda haviam dívidas da campanha de 2002” e fiquei em dúvida quanto à correção da concordância verbal.
— Sua dúvida tem procedência. O verbo haver, usado com o sentido de existir, fica impessoal e apresenta apenas a 3ª pessoa do singular.
·    Ainda havia dívidas da campanha de 2002.
·    Havia muitos interessados na elucidação da verdade.
·    Não há mais dúvidas a esclarecer.
Convém atentar para o fato de que esse verbo é bastante prolífico em Português. Somente o Dicionário Caldas Aulete relata 18 possibilidades de uso do verbo haver.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

O Acordo Ortográfico determina alguma mudança na acentuação gráfica dos monossílabos tônicos?

Não. Os monossílabos tônicos continuam com as mesmas regras de acentuação gráfica, ou seja, acentuam-se graficamente quando terminados em A-E-O e ditongos abertos EU-EI-OI, seguidos ou não de S.

·    MÁ / MÁS (advérbio)

·    LÊ / LÊS (verbo ler)

·    PÓ / PÓS (substantivo)

·    CÉU / CÉUS (substantivo)

·    RÓI / RÓIS (verbo roer)

·    MEL / MÉIS (substantivo)

FIQUE / FICA


Está correto o uso do verbo em "Fica você comigo”?

Fica é a 2ª Pessoa do singular do imperativo afirmativo. Deve ser usado quando o sujeito for o pronome “tu”. O pronome “você” (e os demais pronomes de tratamento) levam o verbo para 3.ª pessoa. Logo, no registro formal culto, o certo é fique:


·        Fique você comigo. (3ª pessoa)

·        Venha p’ra Caixa você também. (3ª pessoa)

·        Chegue aqui. (3ª pessoa)

·        "Fica comigo esta noite, ...” (2ª pessoa)

·        Brinda o luar agora, porque...(2ª pessoa)

·        Esquece! (2ª pessoa)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

SEJA / SEJE


CONSULTA — Ouvi esta frase: “Esperamos que o julgamento seje técnico”. O verbo “ser” está corretamente empregado?

A frase está incorreta. A bem da verdade, o verbo “ser” nem existe na frase, porque do modo como está grafado – SEJE – não é o verbo, mas um item lexical inexistente em nossa língua. Na frase, o falante expressa um desejo, uma aspiração, mas que, pelo menos por enquanto, não há a certeza de que tal aspiração se concretize.

Nesses casos usa-se o verbo no modo subjuntivo, apropriado para expressar a ação irreal, um fato possível ou desejado, ou para emitir um juízo sobre um fato real.

O presente do subjuntivo do verbo “ser” é: que eu seja; que tu sejas; que ele seja; que nós sejamos; que vós sejais; que eles sejam.

O sujeito da oração é julgamento – 3ª pessoa do singular – e com ele o verbo concordará: “Esperamos que o julgamento seja técnico”.

terça-feira, 31 de julho de 2012

SEQUESTRO(S)-RELÂMPAGO(S)


Em virtude da Reforma Ortográfica e das mudanças que naturalmente ocorrem na língua do dia a dia, este conteúdo gramatical teve de ser revisto. As pluralizações que os dicionários e gramáticas apresentavam há cinco anos não são as mesmas de hoje.

Modernamente, os autores têm admitido duas pluralizações para os substantivos compostos, ligados por hífen, formados por dois substantivos: ambos no plural ou somente o primeiro flexionado, independentemente do tipo de relações que estabelecem entre si. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), da Academia Brasileira de Letras, nosso documento oficial, confirma isso:
  
  • abelha-europa: abelhas-europa e abelhas-europas 
  • banana-maçã = bananas-maçã e bananas-maçãs 
  • salário-família = salários-família e salários-famílias 
  • escola-modelo: escolas-modelo e escolas-modelos 
  • couve-flor = couves-flor e couves-flores (Antigamente só se admitia a regra de ambos no plural)
Portanto, por analogia, o composto “sequestro-relâmpago” pode ser pluralizado de dois modos: só o primeiro elemento varia – “sequestros-relâmpago”; os dois variam “sequestros-relâmpagos”.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

CONSULTA – Qual a forma correta “Chegou a duas horas” ou “Chegou há duas horas”?

Quando se faz referência a tempo decorrido, o certo é empregar o verbo “haver” que, nesse caso, é impessoal e equivale ao verbo “fazer”.
            ·    Chegou "há” duas horas.
            ·    Ele partiu “há” pouco menos de dez dias.

Se a referência for a tempo futuro, deve-se usar simplesmente a preposição “a”.
            ·    Chegará a tempo de assistir à solenidade.
            ·    Ele partirá daqui a duas horas.

ESSE / DESSE


O correto não seria o emprego do “esse” (já que estamos nos referindo a um crime já mencionado) na frase abaixo?
“Personagens do núcleo financeiro são acusados de gestão fraudulenta por simular, segundo o ministério público, empréstimos que teriam permitido lavar o dinheiro do esquema de compra de apoio político. A pena para ESTE crime é de três a doze anos de prisão”.
Correto. Os demonstrativos ESSE - ESSA - NESSE – NESSA – NISSO – DESSE – DESSA são anafóricos, isto é, são usados com referência a algo que JÁ foi expresso no texto.
Quando nos referirmos a algo que será expresso a seguir, usaremos os catafóricos ESTE – ESTA - NESTE – NESTA – NISTO – DESTE – DESTA, que antecipam algo que AINDA será dito.