Pesquisar este blog

terça-feira, 29 de maio de 2012

TONS PASTEL ou PASTÉIS?


Como devo escrever a frase “Na maioria de seus quadros predominam os “tons pastéis” ou “tons pastel”?

Use o singular. Quando a cor é expressa por um substantivo, não há flexão de número: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme, sapatos caramelo.

No caso de o nome da cor ser expresso por adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas, tiaras brancas, sapatilhas vermelhas.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

CERCA DE


O que há de errado na frase "Cerca de 18 pessoas o saudaram.”?

A expressão “cerca de” indica arredondamento e só se usa com os múltiplos de dez (10), ou seja, 10, 20, 30, 400, 380, 990...

  • Cerca de 20 pessoas o saudaram.
  • Cerca de 150 cavalos foram sacrificados.
  • Cerca de R$80,00 restaram em sua carteira.
Aproveitamos para acrescentar que a concordância verbal, nesses casos, é feita com o verbo no plural, com o numeral que vem depois do “cerca de”.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

AUTOESCOLA

Devo escrever “auto-escola” ou “autoescola”?

Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos:
        Aeroespacial; agroindustrial; anteontem; antiaéreo; antieducativo; autoaprendizagem; autoescola; autoestrada; autoinstrução; coautor; coedição; extraescolar; infraestrutura; plurianual; semiaberto.

Esta pergunta apresenta um problema interessante. A palavra “automóvel”, substantivo masculino, surgido na língua a partir de 1899, é formada pelo prefixo (auto-) mais o adjetivo (-móvel), para designar um instrumento que se move por seus próprios meios. Com o decurso do tempo, os falantes passaram a usar apenas o prefixo, com o significado do substantivo. Tanto “auto” quanto “automóvel” designam o mesmo objeto.

O mesmo aconteceu com “fotografia > foto”, “cinematógrafo > cinema > cine”, “neurastenia > neura”, “microfone > micro” e muitas outras.

Para formar o substantivo “autoescola”, entretanto, o antepositivo “auto-“ retoma sua característica de prefixo e segue, naturalmente, a norma estabelecida pelo Acordo Ortográfico.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

"CONFUSO" / "CONFUNDIDO"


Como se usa “confuso” e “confundido”?

Confuso e confundido são as duas formas (irregular e regular, respectivamente) de particípio passado do verbo confundir.

Nesse verbo, com duplo particípio, a forma irregular “confuso” deve ser usada com os verbos auxiliares estar e andar. A forma irregular, por sua vez, emprega-se com os auxiliares ter e ser.
Assim, o uso correto será:
  • Estou confuso com o uso de “confuso” e “confundido”.
  • Ele anda confuso com tanta confusão.
  • Temos confundido as indicações do mestre.
  • Muitas vezes, sou confundido com um político e isso me desagrada profundamente.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

DE MAIS / DEMAIS


CONSULTA – Qual é o correto: "Demais" ou "de mais"?

RESPOSTA –

1)  “Demais”, numa só palavra, funciona como advérbio de intensidade. Acentua o valor de verbo, adjetivo ou advérbio e significa "muito", "muitíssimo", "extremamente", "excessivamente", "em demasia".

·    A seleção feminina jogou demais.
·    Perto demais da cachoeira, ele se molhou todo.
·    O aluno foi bem demais nas provas.
·    A comissão de ética deliberou mal demais.
2) "De mais", preposição e advérbio, usa-se para expressar a noção de quantidade, com significado aproximado de a mais , como oposto de de menos. Também pode expressar anormalidade, estranheza. Tem função adjetiva; acompanha substantivos ou palavras substantivadas:
·    A seleção perdeu gols de mais.
·    Está tudo correto: nem dinheiro de mais, nem comida de menos.
·    Não houve nada de mais com os corruptos.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

TER/HAVER/EXISTIR


CONSULTA – A frase “Nesse momento, tinham dois jogadores impedidos” está correta?
RESPOSTA – Não. Há dois problemas: quanto ao uso e quanto à concordância verbal.
·  No registro formal culto, não se pode usar o verbo “ter” com o sentido de “existir” ou “haver”. Não se diz, por exemplo, que “Tem um homem parado na esquina” ou que “Tem pessoas que não gostam de futebol”. O correto, no citado registro formal culto, é “Há (existe) um homem parado na esquina” / “Há (existem) pessoas que não gostam de futebol”.
·    Veja que o verbo “ter” está no plural. Qual é o sujeito, ou seja, “quem” pratica a ação verbal descrita pelo verbo? Não se pode identificar. O autor da frase deve ter-se confundido, considerando que a expressão “dois jogadores” seria o sujeito, quando, na verdade, ela é o objeto direto. Tal equívoco, em meu entendimento, decorre de considerar-se o verbo “ter” equivalente ao verbo “haver”.
·    O verbo “ter”, como verbo significativo, é transitivo direto, regular, e deve ser usado, formalmente, em um contexto em que existam “um possuidor” – com o qual concorda – e “algo possuído” – que lhe completa o sentido –: a) “Dona Flor” tinha “dois maridos” – sujeito “Dona Flor”; objeto direto “dois maridos”; b) “Os times” tinham “elenco reduzido”. – sujeito “Os times”; objeto direto “elenco reduzido”.
Há, entretanto, o “registro coloquial descuidado”, usado sem grandes preocupações gramaticais e em ocasiões informais, em que esse emprego do verbo “ter” é amplamente usado, como em “Nesse mundo, TEM gosto para tudo”; “TEM eleitor que vota sem saber em quem está votando”; “Ali dentro, TEM, pelo menos, trezentos picaretas”.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

CONSULTA – Ainda existe acento gráfico no verbo “ter”, como em eles têm?

RESPOSTA – Sim. O acento diferencial entre a 3ª pessoa do singular e a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos TER/VIR continua existindo, de acordo com a base IX do acordo ortográfico em vigor.
  • Ele tem / eles têm;
  • Ele vem / eles vêm.
Esse acento diferencial existe inclusive nas formas compostas dos citados verbos, no mesmo tempo e pessoas.
  • (deter) detém / detêm; (conter) contém / contêm; (reter) retém / retêm; (obter) obtém / obtêm.
  • (provir) provém / provêm; (advir) advém / advêm; (intervir) intervém / intervêm.