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quinta-feira, 10 de maio de 2012

DE MAIS / DEMAIS


CONSULTA – Qual é o correto: "Demais" ou "de mais"?

RESPOSTA –

1)  “Demais”, numa só palavra, funciona como advérbio de intensidade. Acentua o valor de verbo, adjetivo ou advérbio e significa "muito", "muitíssimo", "extremamente", "excessivamente", "em demasia".

·    A seleção feminina jogou demais.
·    Perto demais da cachoeira, ele se molhou todo.
·    O aluno foi bem demais nas provas.
·    A comissão de ética deliberou mal demais.
2) "De mais", preposição e advérbio, usa-se para expressar a noção de quantidade, com significado aproximado de a mais , como oposto de de menos. Também pode expressar anormalidade, estranheza. Tem função adjetiva; acompanha substantivos ou palavras substantivadas:
·    A seleção perdeu gols de mais.
·    Está tudo correto: nem dinheiro de mais, nem comida de menos.
·    Não houve nada de mais com os corruptos.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

TER/HAVER/EXISTIR


CONSULTA – A frase “Nesse momento, tinham dois jogadores impedidos” está correta?
RESPOSTA – Não. Há dois problemas: quanto ao uso e quanto à concordância verbal.
·  No registro formal culto, não se pode usar o verbo “ter” com o sentido de “existir” ou “haver”. Não se diz, por exemplo, que “Tem um homem parado na esquina” ou que “Tem pessoas que não gostam de futebol”. O correto, no citado registro formal culto, é “Há (existe) um homem parado na esquina” / “Há (existem) pessoas que não gostam de futebol”.
·    Veja que o verbo “ter” está no plural. Qual é o sujeito, ou seja, “quem” pratica a ação verbal descrita pelo verbo? Não se pode identificar. O autor da frase deve ter-se confundido, considerando que a expressão “dois jogadores” seria o sujeito, quando, na verdade, ela é o objeto direto. Tal equívoco, em meu entendimento, decorre de considerar-se o verbo “ter” equivalente ao verbo “haver”.
·    O verbo “ter”, como verbo significativo, é transitivo direto, regular, e deve ser usado, formalmente, em um contexto em que existam “um possuidor” – com o qual concorda – e “algo possuído” – que lhe completa o sentido –: a) “Dona Flor” tinha “dois maridos” – sujeito “Dona Flor”; objeto direto “dois maridos”; b) “Os times” tinham “elenco reduzido”. – sujeito “Os times”; objeto direto “elenco reduzido”.
Há, entretanto, o “registro coloquial descuidado”, usado sem grandes preocupações gramaticais e em ocasiões informais, em que esse emprego do verbo “ter” é amplamente usado, como em “Nesse mundo, TEM gosto para tudo”; “TEM eleitor que vota sem saber em quem está votando”; “Ali dentro, TEM, pelo menos, trezentos picaretas”.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

CONSULTA – Ainda existe acento gráfico no verbo “ter”, como em eles têm?

RESPOSTA – Sim. O acento diferencial entre a 3ª pessoa do singular e a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos TER/VIR continua existindo, de acordo com a base IX do acordo ortográfico em vigor.
  • Ele tem / eles têm;
  • Ele vem / eles vêm.
Esse acento diferencial existe inclusive nas formas compostas dos citados verbos, no mesmo tempo e pessoas.
  • (deter) detém / detêm; (conter) contém / contêm; (reter) retém / retêm; (obter) obtém / obtêm.
  • (provir) provém / provêm; (advir) advém / advêm; (intervir) intervém / intervêm.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Caríssimos,
CONSULTA – Por que a palavra infraestrutura não tem hífen e infra-hepático tem?

RESPOSTA – Conforme o acordo ortográfico em vigor, qualquer prefixo colocado antes da letra [h] vem com hífen: anti-horário; pan-helênico; infra-hepático. O acordo, entretanto, diz que não se usa o hífen, quando o prefixo termina com vogal diferente da vogal inicial da palavra seguinte: antiaéreo; contraordem; anteontem; antealexandrino.

Obrigado

sexta-feira, 13 de abril de 2012

PÁRA ou PARA?

CONSULTA – Como é que escrevo o verbo “parar” em “A oposição não para/pára de gritar a alto e bom som”?

RESPOSTA – Sem o acento gráfico. O Acordo Ortográfico aboliu o acento diferencial entre a terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo “parar” e a preposição “para”. A significação (verbo ou preposição) é dada pelo contexto.

“A oposição não para de gritar alto e bom som”.

A VÍRGULA E A CONJUNÇÃO "E"


CONSULTA – Quando se pode usar a vírgula antes da conjunção “E”?

RESPOSTA: – Como sabemos, a conjunção é uma classe de palavras usada para ligar dois termos de uma oração ou duas orações de um mesmo período.
O Dicionário Aulete - eletrônico – assim se manifesta: Conjunção E – “Partícula que, ligando vocábulos do mesmo valor sintático, indica conexão [conj. aditiva] (eu e você), ou ideia contrária a que foi expressa [conj. adversativa] (bonita, e burra)”.
Pelo próprio verbete do dicionário já se percebe que a conjunção E deve ser usada depois de uma vírgula, quando tiver o valor adversativo, isto é, ligar significados ou ideias contrárias.
·     Os homens querem a paz, e fazem a guerra. (paz é o inverso de guerra, logo o [e] tem valor adversativo).
·        Os políticos fazem inúmeras promessas, e descumprem o prometido. (prometer e descumprir são opostos entre si, por conseguinte o [e] tem valor adversativo).
·      O aluno varou a noite estudando, e não foi bem na prova de Matemática. (estudar muito implica, regra geral, bons resultados, portanto o [e] tem valor adversativo).

Normalmente o [e] tem valor aditivo, isto é, serve para ligar termos ou orações de mesmo valor e, nesse caso, não aceitará a vírgula.
  • Os eleitos e os eleitores têm a mesma responsabilidade.
  • O fazendeiro cria carpas e tilápias.
  • Idelfonsa estuda e trabalha.
  • Pelópidas entrou para o Exército e depois foi estudar Medicina.
Poderá haver uma vírgula opcional, antes da conjunção aditiva [e], se ela estiver ligando orações com sujeitos diferentes.
  • Os fetos anencefálicos têm vida extrauterina efêmera, e o STF descriminou a interrupção da gravidez com essa anomalia.
  • O Flamengo sonhava com a classificação, e um Emelec surgiu em seu caminho.
Obrigado

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Conjugação do verbo "COMPETIR"


CONSULTA – O verbo “competir” é conjugado normalmente? Pode-se dizer “Eu compito”?

É um verbo irregular, isto é, não segue integralmente o paradigma da 3ª conjugação.
Os verbos irregulares em –ir (com [e] na última sílaba do radical), como ferir, competir, repetir, assentir, pressentir e consentir trocam o [e] pelo [i], quando na primeira pessoa do singular do presente do indicativo e nas formas dela derivadas (presente do subjuntivo, imperativo negativo, formas (3ª pessoa sing. 1ª, 2ª e 3ªs pessoas Pl.) do imperativo afirmativo.

COMPETIR



Pres. Ind.
Pres. Subjunt.
Imp. Negat.
Imp. Afirm.
Eu compito
Compita
Tu competes
Compitas
Ñ compitas
compete
Ele compete
Compita
Ñ compita
compita
Nós competimos
Compitamos
Ñ compitamos
compitamos
Vós competis
Compitais
Ñ compitais
competi
Eles competem
Compitam
Ñ compitam
compitam

Portanto “eu compito” está corretíssimo.
Os verbos ferir, repetir, assentir, pressentir, consentir etc. são conjugados da mesma forma.