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sábado, 31 de dezembro de 2011

"HÁ DEZ ANOS ATRÁS"


CONSULTA –

O que há de errado na frase "Há dez anos atrás"?

RESPOSTA –

O verbo “haver” já está indicando “tempo decorrido”, logo o uso do advérbio “atrás” é dispensável. Use um ou outro, nunca os dois juntos.

·        Há dez anos.
·        Dez anos atrás.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Como se pronuncia GRATUITO?


CONSULTA –

Como é a pronúncia correta: “gratuito ou gratuito”?

RESPOSTA –
 
A pronúncia correta é gratuito, assim como circuito, intuito e fortuito (não há o acento gráfico nessas palavras). Da mesma forma: fluido (subst.), fluído (verbo), condor, recorde, avaro, ibero, ruim.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

EDITOR CHEFE ou EDITOR-CHEFE?


CONSULTA –
Existe hífen na palavra “editor chefe”?

RESPOSTA –
Para início de conversa, vamos esclarecer que o “editor chefe” é um cargo diferente do “editor” e do “chefe”. Assim, para designá-lo, cunhou-se uma nova palavra constituída de duas outras já existentes na língua. Esse procedimento linguístico é conhecido como composição por justaposição.

Portanto, “editor chefe” É uma palavra composta por justaposição.

A base XV do Acordo Ortográfico diz o seguinte:
Base XV
Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares
1º) Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, rainha-cláudia, tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto; alcaide-mor, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-asiático, afro-luso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, primo-infeção, segunda-feira; conta-gotas, finca-pé, guarda-chuva.
Obs.: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista.
  • Observe, por favor, os termos destacados. São absolutamente semelhantes a EDITOR-CHEFE e EDITOR-EXECUTIVO. O mesmo deve ocorrer com secretário-geral, secretário-executivo, e outros de formação idêntica.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CONSULTA – FALTA/FALTAM


CONSULTA –

Qual das duas frases está correta:
     1. Falta pouco mais de dois anos e meio para a copa.
      2.  Faltam pouco mais de dois anos e meio para a copa?

RESPOSTA –

Embora dois gramáticos antigos (Júlio Ribeiro e Carlos Pereira) ensinassem a concordância com o verbo no singular, modernamente prefere-se a concordância gramatical, isto é, o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito. Falta um dia para a estreia. Faltam dois dias para a chegada da delegação.

Creio que a consulta prende-se ao fato de que o verbo “fazer”, quando empregado em relação a tempo ou temperatura, adquire o caráter de impessoal, ficando sempre na 3ª pessoa do singular.
     1.   Faz um ano que ela chegou da Europa.
     2.   Faz dois anos e meio que ela chegou da Europa.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

USO DO SUBJUNTIVO


CONSULTA – 

Qual das duas construções está correta?
1.   Suspeita-se de que ele foi vítima de calúnia.
2.   Suspeita-se de que ele tenha sido vítima de calúnia.

RESPOSTA – 

A dúvida reside, obviamente, no emprego da forma verbal no subjuntivo. Ora, semanticamente, o verbo “suspeitar” instaura a sentimento de dúvida e quando há dúvida, incerteza quanto à realização da ação descrita pelo verbo, o emprego do subjuntivo é o de regra.

Em “foi vítima” temos o emprego do pretérito perfeito do indicativo. Há, portanto, certeza da ocorrência da calúnia, negando o que o verbo “suspeitar” no início da frase faz supor.

Para haver perfeito paralelismo semântico e gramatical, a locução “tenha sido”, pretérito perfeito do subjuntivo, é a indicada.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

CONCORDÂNCIA VERBAL – Plural aparente


CONSULTA —
Na frase “Enquanto os Estados Unidos não resolver seus problemas internos...”, a concordância verbal está correta?

RESPOSTA —
Existem alguns substantivos que só têm a forma plural, normalmente referem-se a acidentes geográficos (Montanhas Rochosas – Alpes – Andes), países, regiões e cidades (Estados Unidos, Minas Gerais, Montes Claros, Campos Altos, Cárpatos, Everglades) e nomes de obras (Memórias de Emília, Os Bruzundangas, Memórias Póstumas de Brás Cubas).

Tais substantivos não têm a forma correspondente no singular, integrando uma categoria especial, chamada de “pluralia tantum”. Tal fato linguístico não ocorre somente em Português, sendo objeto de estudo em inúmeras outras línguas como o russo e o japonês.

A concordância verbal, em Português, nesse caso, é feita com o verbo no singular: Alpes é uma cadeia de montanhas da Europa acidental. – Montes Claros sedia a única universidade federal do Norte de Minas.

Se, entretanto, esses substantivos estiverem antecedidos de artigo, necessariamente no plural, o verbo deverá ir para esse número: Os Estados Unidos estão deixando de ser a potência dominante. – As Minas Gerais representam a grandeza deste País. – As Memórias Póstumas de Brás Cubas renovaram a forma tradicional de narrar.

A frase correta, portanto, é “Enquanto os Estados Unidos não resolverem seus problemas internos...”.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A


CONSULTA – Qual a diferença entre as expressões “de encontro a” e “ao encontro de”?

RESPOSTA – “Vir de encontro a” e “vir ao encontro de” são duas expressões muito parecidas quanto à forma, mas expressam significados opostos.
1.   “Vir de encontro a” significa algo que foi desfavorável, contrário ao que era de se esperar ou desejar.
a.   Veio de encontro aos desejos da torcida = contrariou os desejos da torcida.

2.   “Vir ao encontro de” significa algo que foi favorável, que atendeu ao que se esperava ou desejava.
a.   Veio ao encontro dos desejos da torcida = atendeu aos desejos da torcida.

Como se percebe, “vir de encontro a” e “vir ao encontro de” produz resultados antagônicos.