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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

USO DO SUBJUNTIVO


CONSULTA – 

Qual das duas construções está correta?
1.   Suspeita-se de que ele foi vítima de calúnia.
2.   Suspeita-se de que ele tenha sido vítima de calúnia.

RESPOSTA – 

A dúvida reside, obviamente, no emprego da forma verbal no subjuntivo. Ora, semanticamente, o verbo “suspeitar” instaura a sentimento de dúvida e quando há dúvida, incerteza quanto à realização da ação descrita pelo verbo, o emprego do subjuntivo é o de regra.

Em “foi vítima” temos o emprego do pretérito perfeito do indicativo. Há, portanto, certeza da ocorrência da calúnia, negando o que o verbo “suspeitar” no início da frase faz supor.

Para haver perfeito paralelismo semântico e gramatical, a locução “tenha sido”, pretérito perfeito do subjuntivo, é a indicada.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

CONCORDÂNCIA VERBAL – Plural aparente


CONSULTA —
Na frase “Enquanto os Estados Unidos não resolver seus problemas internos...”, a concordância verbal está correta?

RESPOSTA —
Existem alguns substantivos que só têm a forma plural, normalmente referem-se a acidentes geográficos (Montanhas Rochosas – Alpes – Andes), países, regiões e cidades (Estados Unidos, Minas Gerais, Montes Claros, Campos Altos, Cárpatos, Everglades) e nomes de obras (Memórias de Emília, Os Bruzundangas, Memórias Póstumas de Brás Cubas).

Tais substantivos não têm a forma correspondente no singular, integrando uma categoria especial, chamada de “pluralia tantum”. Tal fato linguístico não ocorre somente em Português, sendo objeto de estudo em inúmeras outras línguas como o russo e o japonês.

A concordância verbal, em Português, nesse caso, é feita com o verbo no singular: Alpes é uma cadeia de montanhas da Europa acidental. – Montes Claros sedia a única universidade federal do Norte de Minas.

Se, entretanto, esses substantivos estiverem antecedidos de artigo, necessariamente no plural, o verbo deverá ir para esse número: Os Estados Unidos estão deixando de ser a potência dominante. – As Minas Gerais representam a grandeza deste País. – As Memórias Póstumas de Brás Cubas renovaram a forma tradicional de narrar.

A frase correta, portanto, é “Enquanto os Estados Unidos não resolverem seus problemas internos...”.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A


CONSULTA – Qual a diferença entre as expressões “de encontro a” e “ao encontro de”?

RESPOSTA – “Vir de encontro a” e “vir ao encontro de” são duas expressões muito parecidas quanto à forma, mas expressam significados opostos.
1.   “Vir de encontro a” significa algo que foi desfavorável, contrário ao que era de se esperar ou desejar.
a.   Veio de encontro aos desejos da torcida = contrariou os desejos da torcida.

2.   “Vir ao encontro de” significa algo que foi favorável, que atendeu ao que se esperava ou desejava.
a.   Veio ao encontro dos desejos da torcida = atendeu aos desejos da torcida.

Como se percebe, “vir de encontro a” e “vir ao encontro de” produz resultados antagônicos.


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

EM VIAS DE / EM VIA DE


CONSULTA – A frase: “Vive às custas do pai”. Está correta?

RESPOSTA –

Não. O correto é: “Vive à custa do pai”.

Da mesma forma, use o singular em “via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

CONSULTA – Emprego do verbo “implicar"

Caríssimos,

CONSULTA –

Qual é o erro em “Atraso implicará ‘em’ punição”?

RESPOSTA –

O verbo “implicar” é transitivo direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.

sábado, 26 de novembro de 2011

USO DA PREPOSIÇÃO COM VERBOS DE MOVIMENTO


CONSULTA –

Está correto o uso da preposição em: “Chegou em São Paulo no domingo”?

RESPOSTA –

Não. Os verbos de movimento exigem a preposição a: Chegou a São Paulo no domingo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo. / Não comparece às reuniões.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

CONCORDÂNCIA VERBAL - "SE AVALIA"


CONSULTA –
Há algum erro em “Quando se avalia todas as obras do PAC 2 juntas, o índice de atraso chega a 26%. E nem todas devem ficar prontas até o fim de 2014, quando o programa termina”?

RESPOSTA –
O pronome oblíquo “se”, na primeira oração, é um pronome apassivador e, na voz passiva sintética formada com esse pronome, o verbo concorda normalmente com o sujeito. O sujeito é a expressão “todas as obras do PAC 2 juntas”, logo o verbo “avaliar” deve ir para a 3a pessoa do plural.

Ficaríamos, então, com “Quando se avaliam todas as obras do PAC 2 juntas”. Ocorre uma redundância: Se são “todas” as obras, serão obrigatoriamente “juntas”. Melhor seria eliminar uma das duas: o “todas” ou o “juntas”.

Aconselhável examinar o “E” inicial do 2º período. Essa conjunção é, normalmente, aditiva, logo deve “somar” dois termos da oração, ou duas orações coordenadas de mesmo valor. Como há um ponto final encerrando o período anterior, fica, gramaticalmente, injustificável o uso do “E”.

Aconselho, portanto, modificar a redação para “Quando se avaliam todas as obras do PAC 2, o índice de atraso chega a 26%, e nem todas devem ficar prontas até o fim de 2014, quando o programa termina.”