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quinta-feira, 24 de março de 2011

SINGULAR OU PLURAL?

Devo usar o singular ou o plural no termo destacado na frase: “Adolescente não deve submeter-se a cirurgia plástica no seio, porque seu corpo ainda está em formação”?
 

Gramaticalmente a frase está correta.

Partindo, porém, do princípio de que a cirurgia plástica, em geral, tem objetivo estético, seria de bom alvitre colocar “o seio” no plural, pois para modelar, aumentar ou diminuir é de se esperar que os dois seios sejam trabalhados pelo cirurgião.

O correto, portanto, seria: “Adolescente não deve submeter-se a cirurgia plástica nos seios, porque seu corpo ainda está em formação.”
 

A propósito, examinemos o fragmento abaixo:
 

“Com o julgamento no STF, vários parlamentares recuperaram os mandatos.”

Ora, o plural “mandatos” parece sugerir que cada parlamentar “ficha-suja” possa ter mais de um mandato, fato pouco provável, mesmo em se tratando de “fichas-sujas”. Esse é um caso de uso indevido do plural, que se corrige assim:

“Com o julgamento no STF, vários parlamentares recuperaram o mandato.”

sábado, 19 de março de 2011

VERBO AGRADECER

Está certo dizer-se “Gostaria de agradecê-la pelas palavras gentis de seu pronunciamento”?

RESPOSTA

De forma alguma.
O verbo “agradecer” pede objeto indireto para pessoa e objeto direto para coisa e fato. Os pronomes oblíquos átonos o(s)/a(s) não se prestam ao exercício da função de objeto indireto.

O correto seria “Gostaria de agradecer-lhe pelas palavras gentis de seu pronunciamento” ou
“Gostaria de agradecer as palavras gentis de seu pronunciamento”.

quinta-feira, 17 de março de 2011

REGÊNCIA DO VERBO VISAR

CONSULTA – VERBO VISAR

Como é a regência verbal correta “A empresa visa o mercado externo” ou “A empresa visa ao mercado externo”?

RESPOSTA

O verbo “visar”, usado com o sentido de “apontar”, “mirar” é transitivo direto.

  • O caçador visou o rinoceronte bem entre os olhos.
  • A marca vermelha do laser em seu peito revelava que estava sendo visado pelo atirador.
Observe-se que apenas os verbos transitivos diretos permitem a construção na voz passiva.

O mesmo verbo “visar”, usado com sentido de “pretender”, “desejar”, “almejar” é transitivo indireto, com a preposição “a”.

  • Os empresários do setor calçadista visam ao mercado externo.
  • Os pais visam ao sucesso dos filhos.
Observe-se que não é possível fazer-se a transição para a voz passiva.

Quando o complemento verbal é uma oração infinitiva, pode-se dispensar a preposição.
  • Visava enriquecer rapidamente.
  • Os partidos visam sempre ganhar o poder, não importa como.

Obrigado

quarta-feira, 9 de março de 2011

BEM-VINDO ou BEM VINDO?


O USO DO HÍFEN

Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal, quando formam com o elemento que se lhes segue uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento começa por vogal ou h.

No entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglutinar com palavras começadas por consoante:

  • Bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; bem-vindo; bem-visto.
  • Mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado; bem-criado.

Em Ceilândia ou Na Ceilândia?

CONSULTA: Devo dizer “em Ceilândia” ou “na Ceilândia”; “de Ceilândia” ou “da Ceilândia”?

RESPOSTA:

O uso do artigo antes de Ceilândia – "Na Ceilândia" / "Da Ceilândia" – somente seria aceitável se Ceilândia estivesse acompanhada de palavra caracterizadora, como "aprazível", "exuberante", "sofrida", "inesquecível", ou seja, um adjetivo.

Alguns topônimos aceitam o artigo tranquilamente, como Japão, Noruega, Rio de Janeiro, Maranhão, Costa Rica. Outros rejeitam-no, como Brasília, Sobradinho, Roma, Cuba, Taguatinga. Só aceitam artigo se estiverem determinados por um atributo qualquer.
  • O Rio de Janeiro continua lindo...
  • O Maranhão está alagado...
  • A Costa Rica tem uma natureza exuberante.
  • Brasília é acusada injustamente.
  • A Brasília das largas e limpas avenidas.
  • A Cuba dos velhos tempos de Fulgêncio Batista.
  • Notícias vindas do Japão relatam um terremoto de grandes proporções.
  • Vim de Roma, onde os hotéis são lamentáveis.
  • As ruas de Taguatinga estão tomadas pelo lixo.
Assim, é mais conveniente dizer-se "Moradores de Ceilândia" ou "A comemoração será em Ceilândia".

Obrigado

segunda-feira, 7 de março de 2011

Devo usar “o moral” ou “a moral”?

O termo “a moral” (substantivo feminino) deve ser usado quando se refere à ética, aos valores, aos princípios que movem o ser humano ou o grupo social.
  • As leis existem para que a moral não se torne um valor menor entre nós.
  • Nunca a moral foi tão vilipendiada como agora.
O termo “o moral” (substantivo masculino) equivale a ânimo; à disposição do espírito e à energia para suportar as dificuldades, os perigos e nesse sentido deve ser usado.
  • Um bom líder está sempre preocupado com o moral de seus seguidores.
  • O time ficou com o moral abalado pelo gol adversário.
Obrigado

quarta-feira, 2 de março de 2011

Concordância verbal - porcentagem

CONSULTA

A frase “80% dos brasileiros está descontente com o trânsito” está certa?

RESPOSTA

Não.
O sujeito representado por uma percentagem em que a parte numérica é maior que 1 faz com que o verbo vá para o plural.
O correto é “80% dos brasileiros estão descontentes com o trânsito”.

Nota: Existe a chamada “concordância siléptica”, em que o verbo concorda ideologicamente com o complemento da porcentagem: “No ataque ao inimigo 10% do batalhão foi morto ou ferido”. A concordância aqui foi feita com o coletivo “batalhão”. Esse tipo de concordância, entretanto, é desaconselhado em textos jornalísticos, por demandar um conhecimento linguístico nem sempre presente no público.

Obrigado