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quinta-feira, 17 de março de 2011

REGÊNCIA DO VERBO VISAR

CONSULTA – VERBO VISAR

Como é a regência verbal correta “A empresa visa o mercado externo” ou “A empresa visa ao mercado externo”?

RESPOSTA

O verbo “visar”, usado com o sentido de “apontar”, “mirar” é transitivo direto.

  • O caçador visou o rinoceronte bem entre os olhos.
  • A marca vermelha do laser em seu peito revelava que estava sendo visado pelo atirador.
Observe-se que apenas os verbos transitivos diretos permitem a construção na voz passiva.

O mesmo verbo “visar”, usado com sentido de “pretender”, “desejar”, “almejar” é transitivo indireto, com a preposição “a”.

  • Os empresários do setor calçadista visam ao mercado externo.
  • Os pais visam ao sucesso dos filhos.
Observe-se que não é possível fazer-se a transição para a voz passiva.

Quando o complemento verbal é uma oração infinitiva, pode-se dispensar a preposição.
  • Visava enriquecer rapidamente.
  • Os partidos visam sempre ganhar o poder, não importa como.

Obrigado

quarta-feira, 9 de março de 2011

BEM-VINDO ou BEM VINDO?


O USO DO HÍFEN

Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal, quando formam com o elemento que se lhes segue uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento começa por vogal ou h.

No entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglutinar com palavras começadas por consoante:

  • Bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; bem-vindo; bem-visto.
  • Mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado; bem-criado.

Em Ceilândia ou Na Ceilândia?

CONSULTA: Devo dizer “em Ceilândia” ou “na Ceilândia”; “de Ceilândia” ou “da Ceilândia”?

RESPOSTA:

O uso do artigo antes de Ceilândia – "Na Ceilândia" / "Da Ceilândia" – somente seria aceitável se Ceilândia estivesse acompanhada de palavra caracterizadora, como "aprazível", "exuberante", "sofrida", "inesquecível", ou seja, um adjetivo.

Alguns topônimos aceitam o artigo tranquilamente, como Japão, Noruega, Rio de Janeiro, Maranhão, Costa Rica. Outros rejeitam-no, como Brasília, Sobradinho, Roma, Cuba, Taguatinga. Só aceitam artigo se estiverem determinados por um atributo qualquer.
  • O Rio de Janeiro continua lindo...
  • O Maranhão está alagado...
  • A Costa Rica tem uma natureza exuberante.
  • Brasília é acusada injustamente.
  • A Brasília das largas e limpas avenidas.
  • A Cuba dos velhos tempos de Fulgêncio Batista.
  • Notícias vindas do Japão relatam um terremoto de grandes proporções.
  • Vim de Roma, onde os hotéis são lamentáveis.
  • As ruas de Taguatinga estão tomadas pelo lixo.
Assim, é mais conveniente dizer-se "Moradores de Ceilândia" ou "A comemoração será em Ceilândia".

Obrigado

segunda-feira, 7 de março de 2011

Devo usar “o moral” ou “a moral”?

O termo “a moral” (substantivo feminino) deve ser usado quando se refere à ética, aos valores, aos princípios que movem o ser humano ou o grupo social.
  • As leis existem para que a moral não se torne um valor menor entre nós.
  • Nunca a moral foi tão vilipendiada como agora.
O termo “o moral” (substantivo masculino) equivale a ânimo; à disposição do espírito e à energia para suportar as dificuldades, os perigos e nesse sentido deve ser usado.
  • Um bom líder está sempre preocupado com o moral de seus seguidores.
  • O time ficou com o moral abalado pelo gol adversário.
Obrigado

quarta-feira, 2 de março de 2011

Concordância verbal - porcentagem

CONSULTA

A frase “80% dos brasileiros está descontente com o trânsito” está certa?

RESPOSTA

Não.
O sujeito representado por uma percentagem em que a parte numérica é maior que 1 faz com que o verbo vá para o plural.
O correto é “80% dos brasileiros estão descontentes com o trânsito”.

Nota: Existe a chamada “concordância siléptica”, em que o verbo concorda ideologicamente com o complemento da porcentagem: “No ataque ao inimigo 10% do batalhão foi morto ou ferido”. A concordância aqui foi feita com o coletivo “batalhão”. Esse tipo de concordância, entretanto, é desaconselhado em textos jornalísticos, por demandar um conhecimento linguístico nem sempre presente no público.

Obrigado

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O verbo “adequar”.


Está certa a construção: “Esse procedimento se adéqua ao prescrito pelo decreto a ser aprovado”?

O verbo “adequar” pertence ao grupo dos chamados “verbos defectivos”, ou seja, “verbos defeituosos”. Tais verbos apresentam falhas de conjugação, com a ausência de algumas pessoas ou tempos.

“Adequar” só é conjugado nas pessoas em que o acento tônico está fora do radical. Assim, no presente do indicativo, teremos:
·         
  • Eu (não existe)
  • Tu (não existe)
  • Ele (não existe)
  • Nós adequamos
  • Vós adequais
  • Eles (não existe)
No exemplo da consulta “Esse procedimento se adéqua ao prescrito pelo decreto a ser aprovado”, o sujeito é “procedimento”, que pode ser substituído por “ele/ela”, logo não existe a forma verbal usada e a frase está errada.

Para resolver esse tipo de problema, é melhor usar um verbo de significação análoga, “ajustar”, por exemplo, “Esse procedimento se ajusta ao prescrito pelo decreto a ser aprovado” ou uma forma perifrástica “Esse procedimento é adequado ao prescrito pelo decreto a ser aprovado”.

É preciso, também, atentar para o fato de que o presente do indicativo é tempo primitivo e, no caso dos verbos com defeito de conjugação, haverá, fatalmente, consequências em seus tempos derivados: (imperativo afirmativo, presente do subjuntivo, imperativo negativo).

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Concordância verbal - milhão/milhões

Há algum erro na frase: “São cerca de 1,3 milhão de livros no acervo...”?

Usou-se a forma verbal “são”, no plural. O erro está justamente aí, pois a concordância deve ser feita com o núcleo “milhão”, singular, portanto. 

É cerca de 1,3 milhão livros no acervo...”

Se a parte inteira do numeral fosse maior que 1, o verbo iria naturalmente para o plural.

 “São cerca de 2 milhões de livros no acervo...”

É preciso estar atento ao fato de que “milhar” e “milhão” são numerais com valor de substantivo, que possuem a flexão de número: milhar/milhares, milhão/milhões e a concordância verbal segue a regra geral: “o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa”.