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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O QUE É UMA PARÁFRASE?

A paráfrase constitui-se de um texto construído como imagem de outro, de forma clara e transparente para o leitor. Diferencia-se do plágio, porque não é uma cópia, mas um elogio ao texto primitivo. Mário de Andrade, um dos papas do Modernismo brasileiro escreveu uma "Ode ao Burguês" que ficou famosa em seu tempo. Abaixo uma paráfrase dessa Ode.

ODE AO CORRUPTO! (Uma paráfrase nada comportada)
Eu insulto o corrupto! O corrupto-jabuculê,
O corrupto-corrupto!
A mordomia cavada em Brasília!
O homúnculo com cifrões nos olhos...
O anão-moral de todas as regiões do País, que está sempre interessado em uma corrupçãozinha!
Eu insulto os sovietes estratificados!
Os companheirões ladrões! Os falsos cassados! Os falsos torturados!
Que vivem encastelados nas repartições,
Sempre pensando na próxima jogada que farão,
Para levarem alguns trocados para as contas da Suíça...
E arrotam suas supostas e fantasiosas honestidades!!!
Eu insulto o corrupto-funesto!
O intragável papo-furado dos movimentos sociais que nada fazem pelos realmente necessitados!
Fora a mentira! Fora a enganação! Fora a filiação cocaleira e o burlesco socialismo do século XXI!
Fora a retórica antiquada, aprendida nos manuais gramscianos fedidos!
Morte ao patrimonialismo!
Morte à burrice estratificada, esclerosada!
Morte ao petista-pixuleco!
Ao petista de passeata! Ao petista que confunde conchavos escrotos com acordos políticos!
— Ai, filha, que te darei pelo Natal? Uma bolsa Louis Vuitton? Um anel de oitocentos mil? Uma sandália Swarovski? Um sítio em Atibaia? Um tríplex no Guarujá? Ou tudo isso e muito mais?
Engole-te a ti mesmo, geleia oligofrênica!
Sopa malcheirosa de batatas podres!
Imitação xing-ling dos mascates sertanejos!
Ódio às metamorfoses ambulantes!
Ódio à repetição neurastênica das mesmas mentiras infamantes!
Ódio à militância cega-burra-remunerada, eternamente uivando as mesmices bolcheviques!
Todos às urnas! Marchemos altivos rumo ao receptáculo de nosso ódio e revolta!
Ódio e reprovação! Ódio e nojo! Ódio e vômito!
Ódio ao corrupto de joelhos,
Cheirando a mofo de batinas desbotadas, de freis que não são freis!
Ódio às teologias da escravização!
Ódio aos homens de preto, com bíblia no sovaco e contas em paraísos fiscais!
Ódio fundamental, sem piedade ou compaixão!

Fora, Lulas! Fora, Dilmas! Fora, Cunhas! Fora, Cabrais! Fora, PT! PSOIS E QUEJANDOS...

AVERÍGUA / AVERIGUA

Professor, li essa manchete no jornal O Estado de São Paulo, deste domingo. “‘Zama’, o novo filme de Lucrecia Martel, averígua o mal-estar contemporâneo”.
A grafia do verbo “averiguar” está correta?

Verbo Averiguar

Nas formas rizotônicas do verbo averiguar ocorre dupla prosódia. Sem acentuação gráfica, a sílaba tônica é gu. Com acentuação gráfica, a sílaba tônica é ri, marcada com acento agudo: averiguo ou aveguo, averigua ou avegua.
Interessante é anotar que Silveira Bueno, por um lado, afirma que, "como todos os verbos terminados em guar, conjuga-se este, acentuando-se a vogal u no presente do indicativo, imperativo e subjuntivo"; por outro lado, porém, tal autor, além da maneira de conjugação normalmente aceita, também assim conjuga no presente do indicativo: averíguo, averíguas, averígua...

Resumindo: valem as duas formas de conjugação.