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terça-feira, 31 de março de 2015

MARCA ATINGIDA: 150.000 CONSULTAS

Atingimos a marca de 150.700 consultas ao blog. Isso é uma grande vitória em nossa meta de ajudar as pessoas com dificuldades no uso da Língua Portuguesa. Estou muito orgulhoso de meu trabalho!!!

TAPAR ou TAMPAR?

Os verbos tapar e tampar existem na língua portuguesa. São palavras sinônimas e ambas estão corretas. Os seus significados são similares, mas, como em todo par de sinônimos, podem-se estabelecer situações em que se usa uma ou outra.

Tampar significa fechar alguma coisa com uma tampa ou um tampo. Tampar a garrafa, a panela, o vaso (colocar-lhes uma tampa ou tampo). Exemplos:
  • Ele tampou a panela do arroz.
  • Eu tampei a garrafa para a bebida não perder o gás.

Tapar tem uma significação mais abrangente. Significa tampar, fechar, (em)cobrir, vedar, esconder, ocultar, murar, calar, vendar, preencher, sem que, necessariamente, se use uma tampa. Pode ainda significar suprir uma falta ou remediar uma situação.
  • Tive tanto medo que tapei os olhos. (cobrir)
  • Tape sua boca para você não se dar mal! (fechar)
  • Preciso chamar alguém para tapar as falhas da grade. (suprir uma falta)
  • Esse discurso serve para tapar o sol com a peneira.
  • A polícia tapou o túnel feito pelos prisioneiros.

quinta-feira, 26 de março de 2015

BANALIZAR / ANALISAR

Por que se escreve “banalizar”, com a letra [Z] e “analisar”, com a letra [S]?

O sufixo formador de verbos incoativos é, normalmente, (-izar), com a letra [Z]. Estão nesse caso palavras como atual / atualizar; canal / canalizar; banal / banalizar; útil / utilizar; agonia / agonizar; árvore / arborizar; fiscal / fiscalizar; civil / civilizar; humano / humanizar; real / realizar; suave / suavizar; hebreu / hebraizar; judeu / judaizar; plebeu / plebeizar.

Caso a palavra formadora possua as letras [is], essas letras permanecerão na grafia do verbo resultante da sufixação: pesquisa / pesquisar; análise / analisar; friso / frisar; liso / alisar; siso / assisar. 

terça-feira, 24 de março de 2015

INUSITADO / MUITO INUSITADO

A expressão “muito inusitado” está correta? Eu a ouvi em uma entrevista em que um advogado disse que “A prisão de meu cliente é um fato muito inusitado, pois não há provas contra ele”.

O adjetivo “inusitado” significa: não usual; que não é corrente; que não se usa ou se emprega com frequência; que foge a padrões costumeiros; incomum, insólito; inabitual.

Meio honesto? A honestidade existe ou não existe. Ser honesto é como mulher grávida! Qualquer mulher, ou está grávida ou não está grávida, pois, até hoje, não existe mulher meio grávida, assim como não existe homem meio honesto.

Da mesma forma, não existe fato “meio inusitado” ou “muito inusitado”. Se ocorre algo raro, difícil de acontecer, é um fato inusitado.

terça-feira, 17 de março de 2015

ESTABELECE / ESTABELECEM

Tenho dúvida sobre a correção da concordância verbal no texto: “Ainda que estejam contaminadas pelas suas inclusões na lista dos que sofrerão inquérito no Supremo Tribunal Federal, as ações dos presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, nas últimas horas, estabelece um divisor de águas nas relações do Congresso com o governo da presidente Dilma Rousseff, sob liderança do PMDB”.

A regra básica da concordância verbal é “o verbo concorda com seu sujeito em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª).

O núcleo do sujeito de estabelecer, no caso acima, é o substantivo plural “ações”. 
O verbo deve, necessariamente ir para a 3ª pessoa do plural.

“...as ações dos presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, nas últimas horas, estabelecem um divisor de águas...“

segunda-feira, 16 de março de 2015

CONSIGO / CONTIGO?

Como e quando devo usar devo usar o pronome consigo?

Embora alguns portugueses usem de forma aleatória, a Gramática Normativa estabelece que o pronome “consigo” só deve ser usado de forma reflexiva, isto é, a ação verbal retorna para o seu agente.

Vejam por exemplo o trecho a seguir, retirado de um jornal de grande circulação:

“Isso implica que algo crucial vem sendo omitido quando se fala dessas guerras e esses veteranos acabam carregando isso consigo, frequentemente numa profunda solidão”.
Os “veteranos” carregam “isso” com eles mesmos.

Quando, porém, estamos falando com alguém e usamos a 2ª pessoa do discurso, usamos “contigo” para o singular e “convosco” para o plural.

          “Estou falando contigo, menino malcriado!”
          “Ide e levai convosco toda a esperança do povo!”

A dificuldade reside, provavelmente, em nosso uso costumeiro do pronome “você” no registro coloquial.

quinta-feira, 12 de março de 2015

CONVENCER DE - CONVENCER A

Um colunista famoso publicou um artigo com o seguinte trecho: 

“É porque o seu sucesso depende essencialmente da arte política de convencer a sociedade que o ajuste será o mais inteligente possível...”. 

A regência verbal está correta?

Como diria o Prof. Francisco Fernandes, “convencer alguém de (a) alguma coisa”.

·        Convenceu os atletas a comer menos carboidratos.
·        Convenceram os ouvintes de que o plano era perfeito.

A frase deve ser corrigida para “É porque o seu sucesso depende essencialmente da arte política de convencer a sociedade de que o "ajuste" será o mais inteligente possível...”.

quarta-feira, 11 de março de 2015

MEDIAM / MEDEIAM

Na fase “Ângela Merkel e François Holland mediam as conversações sobre o cessar fogo”, o verbo está corretamente flexionado?

Há um equívoco na flexão do verbo “mediar”. Usado dessa forma, entende-se que os dois personagens verificam a "extensão” das citadas conversações.

Os verbos irregulares “mediar – ansiar – remediar – incendiar – odiar” apresentam uma vogal epentética /e/ nas formas rizotônicas do presente do indicativo e nas formas dele derivadas.

Eu medeio – tu medeias – ele medeia – nos mediamos – vós mediais – eles medeiam.
Eu anseio – tu anseias – ele anseia – nós ansiamos – vós ansiais – eles anseiam.
Eu remedeio – tu remedeias – ele remedeia – nós remediamos – vós remediais – eles remedeiam.
Eu incendeio – tu incendeias – ele incendeia – nós incendiamos – vós incendiais – eles incendeiam.

Eu odeio – tu odeias – ele odeia – nós odiamos – vós odiais – eles odeiam.

quarta-feira, 4 de março de 2015

SUBSÍDIO / SUBZÍDIO

Ouvi uma personalidade declarar que “A diminuição de subSídios não vai fazer o País parar”, pronunciando a letra [S] como se fosse um /Z/. É correto?

Sua Excelência estava equivocada. A letra [S] somente representa o fonema /Z/ quando estiver entre vogais: asa – casa – peso – preciso – confuso.

Na palavra subsídios, o [s] está entre uma consoante e uma vogal e representa a consoante fricativa alveolar surda, como em precipício; caçoar; assassino; obsoleto; absurdo...

terça-feira, 3 de março de 2015

AMBIGUIDADE

“O governador Geraldo Alckmin, decretou, nesta quinta-feira o fim do prazo de espera para a retomada das obras da linha 4-amarela do metrô. Alckmin disse que as multas e advertências possíveis foram aplicadas ao consórcio Isolux-Corsan-Corviam.
Desacreditado, o governador disse que ‘não tem mais jeito’ e que uma nova licitação será feita até o fim do semestre”.
O termo em destaque refere-se a quem?
O autor imaginou que o contexto incumbir-se-ia de desfazer a ambiguidade evidente, pois, da forma como está, o “desacreditado” tanto pode ser o consórcio como o próprio governador.
Quando escrevemos, devemos ter em mente o leitor de nosso texto. Ele é a peça mais importante no processo desencadeado com o ato de escrever. Se o leitor não conseguir decodificar bem a mensagem, perderam-se os tempos do emissor e do receptor, pois não ocorreu a comunicação, logo, para que serve o texto? Para nada, evidentemente.
O mais interessante é que, neste texto, a ausência do termo destacado seria suficiente para desfazer a ambiguidade. Basta tirar o “desacreditado” para o consórcio tornar-se desacreditado, na visão do governador.