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quinta-feira, 17 de julho de 2014

MALCRIADO / BEM-CRIADO

Pelas novas regras do novo acordo ortográfico, o prefixo bem leva hífen quando forma palavras começadas por vogal ou h e ainda nas palavras começadas por consoante e que têm sentido por si só (ex.: bem-estar, bem-humorado, bem-criado). Ora, pelas mesmas regras, o prefixo mal leva também hífen nas palavras começadas por vogal ou h (ex.: mal-estar, mal-humorado).
Qual é a razão de não se aplicar tal princípio à palavra malcriado, com processo de formação idêntico a bem-criado?

Os advérbios bem e mal, quando associados a outras palavras, não são prefixos, mas elementos de composição.

Sobre o uso de hífen com bem e mal, o novo Acordo Ortográfico determina o seguinte (base XV, 4):

4. Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal, quando estes formam com o elemento que se lhes segue uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento começa por vogal ou h. No entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglutinar com palavras começadas por consoante. Eis alguns exemplos das várias situações: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado; bem-criado (cf. malcriado), bem-ditoso (cf. malditoso), bem-falante (cf. malfalante), bem-mandado (cf. malmandado), bem-nascido (cf. malnascido), bem-soante (cf. malsoante), bem-visto (cf. malvisto).

Obs.: Em muitos compostos o advérbio bem aparece aglutinado com o segundo elemento, quer este tenha ou não vida à parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, etc.”


Sintetizando: com mal e bem não se verifica o uso sistemático do hífen, havendo muitas exceções advindas da tradição. O falante (redator) deve pesquisar sempre que houver dúvida sobre a grafia com esses advérbios.