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terça-feira, 22 de outubro de 2013

GOSTAR DE...

“Reza a boa educação que quando se convida alguém para uma festa na sua casa é preciso levar em conta a música que o convidado gosta, os quitutes que serão servidos e a forma de recebê-lo na porta”.

O fragmento, retirado de uma coluna jornalística, apresenta um equívoco na parte da regência verbal e outro, na pontuação.

Quanto à regência, trata-se do verbo (gostar). Já cantava Amália Rodrigues: “Não queiras gostar DE mim... DE quem eu gosto, nem às paredes confesso...”. Gostar de alguém... Gostar de alguma coisa.

A oração adverbial “quando se convida alguém para uma festa na sua casa” é de razoável extensão e está interferindo na ligação direta entre o verbo da oração principal (Reza) e seu complemento (é preciso...). Nesse caso, a oração adverbial interferente deve ser isolada por vírgulas: “, quando se convida alguém para uma festa na sua casa,”.

Há, ainda, um pequeno problema de ambiguidade na expressão “... se convida alguém para uma festa na sua casa,,, ”, em que não se sabe bem se a casa é do convidado ou de quem convida. Com um pouco de boa vontade, decidimos que a casa pertence a quem convida, já que não posso (ou não é usual) convidar alguém para uma festa em sua própria casa.