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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Um livro excelente

Acabo de ler um livro fascinante: "Não contem com o fim do livro". Trata-se de uma "conversa" entre Umberto Eco – O Nome da Rosa – e Jean-Claude Carrière – cineasta e crítico literário. O autor é o intermediário da conversa, o jornalista Jean Philippe de Tonnac. Por 269 páginas eles se divertem e divertem o leitor contando a história do livro, suas vicissitudes, seus inimigos e, principalmente, seu valor como repositório do conhecimento humano através dos milênios (considera-se "livro" todo texto produzido para perenizar o conhecimento, desde os papiros, os hieróglifos, os rolos até os existentes em mídia virtual).
Vários pensamentos me ocorreram durante a leitura. Nunca entendi, por exemplo, por que uma certa corrente de pensamento educacional abomina o livro didático, pregando sua extinção para, em seu lugar, adotar o livro "criado" pelos próprios alunos. Os autores não falam disso, mas fica claro que a inspiração dessa bobagem está na "revolução cultural" chinesa, que promoveu (pelo menos tentou) a eliminação dos livros existentes porque representavam uma fonte de poder das elites e, em seu lugar, deveria permanecer apenas o "livro vermelho de Mao". Esse pensamento foi adotado, piamente, pelos movimento estudantil  reformista de 1968, na França. Dá o que pensar...
Por que se queimam livros? Por que várias bibliotecas grandiosas foram incendiadas? Você sabia que um senador americano propôs a proibição do ensino de outras línguas nas escolas americanas porque "se Jesus falava inglês, não há necessidade de se saber mais do que isso"?
Não vou me estender mais, para não atrapalhar a leitura de quem se interessar.